Um ano após o incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, no dia 2 de setembro de 2018, pesquisadores da instituição trabalham para recuperar o acervo. As informações são da Agência Brasil.
Uma das coordenadoras do trabalho de resgate de peças nos escombros, a professora Luciana Carvalho afirma que foram recuperadas peças importantes para a pesquisa, como esqueletos humanos. Foram encontrados fragmentos do crânio da Luiza, o mais antigo fóssil encontrado no continente americano.
Também foram recuperados paleovertebrados e peças que contribuíram para descrever novas espécies, chamados de holótipos.
“Estamos atuando agora nos esqueletos humanos, que resistem bem ao calor. Nós resgatamos materiais da nossa coleção de paleovertebrados, não só os dinossauros, mas também de diversos mamíferos e os holótipos desses vertebrados. Assim como também toda a coleção de holótipos da paleontologia de invertebrados, que estava em um armário que, pela localização, não foi tombado nem destruído. Isso é uma notícia maravilhosa”, afirmou.
De acordo com o diretor do museu, Alexander Kellner, várias doações importantes para recompor o acervo científico e de pesquisa já foram prometidas e entregues.
“Na entomologia nós tivemos 20 doações que dariam mais ou menos 23 mil itens, foi certamente uma das áreas que mais sofreu. Em vertebrados, foram mais de 500 espécimes de diversas áreas do Brasil que foram doados. Na geologia e paleontologia, nós tivemos bens apreendidos pela Receita Federal que foram destinados ao Museu Nacional. Eu faço um apelo público para que isso continue assim: se tiver bens apreendidos, que sejam revertidos para a instituição Museu Nacional”, disse.
Ainda segundo Kellner, a Biblioteca Francisca Keller, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, que tinha 37 mil documentos e livros e foi totalmente incinerada, já está sendo recomposta. Outras fontes importantes de recursos estão na verba disponibilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), de R$2,5 milhões para a pesquisa de pós-graduação do museu, e nas bolsas da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), no valor de R$ 3 mil por mês para 72 pesquisadores pelo período de um ano. ( Metro 1 )