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Dor e revolta marcam enterro das vítimas do incêndio no Hospital Badim

Familiares no enterro de Marlene Menezes Fraga, de 85 anos, vítima do incêndio no Hospital Badim Foto: Thiago Freitas / Agência O Globo
O clima de comoção marcou os velórios de seis vítimas do incêndio no Hospital Badim, que foram enterradas no sábado (14). Emocionados, parentes se despediram sob o impacto da perda e da revolta pela forma trágica com que perderam seus entes queridos. No Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, foram enterrados os corpos de Irene Freitas, de 83 anos, Marlene Menezes Fraga, de 85, e Virgílio Claudino da Silva, de 66. O incêndio deixou pelo menos 11 mortos .
A sobrinha e afilhada de Virgílio, Nathalie Bottino, de 42 anos, disse que os parentes estudam processar a unidade de saúde. Virgílio estava em coma induzido desde o dia 30 de junho, após sofrer um AVC.
— Ele realmente estava mal de saúde e nós sabemos disso, mas queríamos que ele fosse salvo — afirmou Nathalie — Houve uma escolha de quem não salvar. Deixaram os pacientes mais graves para trás.
Filho de Luzia dos Santos Mello, de 88 anos, que foi enterrada no cemitério do Caju, Emanoel Santos Mello também acusou bombeiros e funcionários do hospital de terem priorizado o salvamento das pessoas “mais novas”.
— Eu queria ficar com a minha mãe, mas me obrigaram a sair e disseram que ela seria retirada também. Mas isso não aconteceu. Ela morreu lá dentro, asfixiada. Deram prioridade aos mais novos e deixaram os mais velhos morrer — emocionou-se.
Procurada, a assessoria do Corpo de Bombeiros afirmou que “em um ambiente de desastre como o ocorrido no Hospital Badim, o resgate é realizado segundo critérios protocolares, que não se relacionam com a idade das vítimas”. O Hospital Badim afirmou que “a evacuação do prédio seguiu os procedimentos regulamentares e legais da brigada de incêndio e do corpo de bombeiros”.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com O Globo. 
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