O presidente Jair Bolsonaro chamou nesta segunda-feira (16) de “energúmeno” o educador Paulo Freire e declarou que a programação da TV Escola “deseduca”.
Bolsonaro fez as afirmações na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, enquanto conversava e tirava fotos com apoiadores.
O presidente entrou no assunto ao ser questionado por um apoiador sobre a não renovação do contrato por parte do Ministério da Educação (MEC) com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que gere a TV Escola.
Bolsonaro defendeu a decisão do ministério e disse que a audiência da TV Escola é muito baixa.
“Você conhece a programação da TV Escola? Deseduca”, afirmou o presidente.
“Queriam que assinasse agora um contrato, o Abraham Weintraub [ministro da Educação], de R$ 350 milhões. Quem assiste a TV Escola? Ninguém assiste. Dinheiro jogado fora”, acrescentou.
Segundo Bolsonaro, a educação do Brasil tem desempenho ruim e avaliações por causa “dessas programações”, com a da TV Escola que, na sua opinião, tinha uma programação “totalmente de esquerda”, que promovia “ideologia de gênero” com recursos públicos.
Paulo Freire
De acordo com o presidente, as mudanças que a sua gestão implementa terão reflexos na educação do país entre cinco e 15 anos. Ao concluir o argumento, ele chamou o educador Paulo Freire de “energúmeno”.
De acordo com o presidente, as mudanças que a sua gestão implementa terão reflexos na educação do país entre cinco e 15 anos. Ao concluir o argumento, ele chamou o educador Paulo Freire de “energúmeno”.
“Os caras estavam há 30 anos… Tem muito formado aqui em cima dessa, dessa filosofia aí do Paulo Freire da vida aí, esse energúmeno aí, ídolo da esquerda, ídolo da esquerda”, disse.
“Olha a prova do Pisa, estamos em último lugar no mundo, se eu não me engano, matemática, ciências e português. Acho que um ou dois itens somos os últimos da América do Sul. Vamos esperar o que desse Brasil com esse tipo de educação?”, completou, referindo-se ao Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês).
Na mais recente avaliação, feita em 2018 e divulgada neste mês, o Brasil não ficou em último lugar, embora o desempenho tenha sido baixo.
Paulo Freire foi declarado o patrono da educação brasileira em 2012. O educador desenvolveu uma estratégia de ensino baseada nas experiências de vida das pessoas, em especial na alfabetização de adultos. (G1/Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)