Um estudo inédito apresentado pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), nesta segunda-feira (16/12), constatou que o mercado ilegal de bebidas alcoólicas no país tem um impacto expressivo na arrecadação de impostos pelo governo federal. Segundo o instituto, apenas em 2017, último ano com dados disponíveis, pelo menos R$ 10,2 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos devido a casos de contrabando, falsificação, produção ilegal e outras práticas ilícitas. (Foto ilustração)
As perdas envolvendo o setor de bebidas destiladas, como cachaça, tequila, uísque e vodka, representaram pouco mais da metade desse valor: R$ 5,5 bilhões deixaram de ser arrecadados devido à fabricação e à comercialização em desrespeito à legislação nacional vigente. Segundo estimativa do instituto, todo esse montante seria suficiente para pagar o salário de 83 mil enfermeiras, e construir mais de 5,2 mil escolas e 360 hospitais.
De acordo com o instituto, em 2017, o mercado geral de bebidas alcoólicas no Brasil foi estimado em 1,1 bilhão de litros de álcool puro. Desse valor, 160,6 milhões de litros (ou 14,6%) foram produzidos de maneira ilegal. Dentre os destilados, a cachaça foi a que mais sofreu: a fabricação e a comercialização ilegal da bebida movimentou 112 milhões de litros. Além disso, o Ibrac constatou que uma em cada quatro garrafas de uísque e uma em cada cinco garrafas de vodka vendidas continham substância produzida de forma ilícita.
Com o Congresso Nacional se debruçando em duas propostas de reforma tributária, o diretor-executivo da Ibrac pediu a sensibilização do poder público para que seja revisada a carga tributária do setor, pois “nosso desafio, como setor de destilados, é dialogar com o governo brasileiro e identificar o que pode ser feito para que esse número passe a ser efetivamente arrecadado pelos cores públicos”. (correiobraziliense)