O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, em entrevista publicada hoje (20) na revista Veja, que vê o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, como seu principal inimigo. Segundo o presidente, o governador do Rio usa a Polícia Civil para tentar envolver ele e seus filhos no crime organizado.
“O governador botou na cabeça que vai ser presidente e tem de me destruir. Depois da história do porteiro e das buscas na casa da minha ex-mulher, ele está preparando uma nova armação. Já sei que eles pegaram dois milicianos, sei lá quem, conversando e a Polícia Civil gravando. Tem vários diálogos falando que no passado eu participava das milícias, pegava dinheiro, e agora, presidente, não participo mais — papo de vagabundo. Recebo qualquer um dos governadores na hora que eles quiserem. O Witzel não. Se ele quiser falar comigo, vai ter de protocolar o pedido de audiência e dizer antes qual é o assunto”, afirmou.
Na entrevista, o chefe do Executivo nacional demonstrou preocupação com a possibilidade de sofrer um novo atentado e disse não frequentar muito a área externa do Palácio da Alvorada por acreditar estar sendo monitorado por drones. Ele ainda queixou-se da falta de liberdade. Mesmo assim, Bolsonaro disse à Veja que pretende disputar a reeleição e confirmou que pode formar uma chapa com o ministro da Justiça, Sergio Moro.
“Nós somos Zero Um e Zero Dois. Tem de ver se ele quer. Nunca entrei em detalhes com ele sobre esse assunto, até porque é cedo demais para discutir, causa ciúme. Você daria um sinal de que não está satisfeito com o Mourão, e da minha parte está tudo tranquilo com o Mourão. O Moro não tinha uma vivência política. A cabeça dele enquanto juiz pensava assim: ‘Se eu fosse presidente, faria isso’. Agora ele conhece a realidade. Mas seria uma chapa imbatível”, disse.
Bolsonaro ainda disse acreditar que o atentado sofrido durante a campanha era parte de uma conspiração que envolveu um de seus mais próximos assessores. Bolsonaro não tem provas do que diz, tampouco revela o nome de quem teria orquestrado isso. “O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado”, afirmou. ( Metro 1 )