A perda, furto ou roubo de um aparelho celular pode representar quase sempre um inconveniente. Além da baixa financeira, as vítimas em Salvador têm que lidar agora com um novo golpe: a tentativa de roubo da senha do iCloud, uma conta de Apple que fica logada em aparelhos da empresa e que identifica os verdadeiros donos dos dispositivos.
Estudante de medicina, Ricardo Vitor Rocha teve o celular furtado na festa do Senhor do Bonfim, em Salvador. Desde então, tem recebido mensagens de texto e até mesmo mensagens através do Whatsapp para que “resgate” seu aparelho em uma unidade da Apple, que nem mesmo existe na capital baiana.
“Querem que eu caia nessa besteira de abrir o link e colocar meus dados, como se fosse rastrear o aparelho. Sei que querem mesmo que eu coloque a senha do iCloud e eles resetem o aparelho”, contou, ao Metro1.
Mensagem recebida pelo estudante de medicina
O mesmo aconteceu ontem (2) com a jornalista Maria Andrade, na Festa de Iemanjá, no Rio Vermelho. Teve o celular furtado e, horas depois, um homem apareceu no seu Whatsapp dizendo que havia encontrado o celular e feito a entrega à Apple.
“A senhora pode acessar o site que recebeu da Apple. E você mesma faz a retirada do seu iphone. Assim que ele me instruíram a fazer”, diz o suposto golpista.
Coordenador Grupo Especializado de Repressão aos crimes por Meios Eletrônicos (GME), João Roberto Cavadas reconhece o aumento de casos e orienta a população para que corra do golpe. “Esse procedimento é a forma com que a quadrilha tem de desvincular a conta. Se a pessoa clicar, acontece o que eles querem. A dica principal é não clicar em link nenhum, pois o objetivo é roubar os dados. O mais certo é procurar a polícia e prestar uma queixa”, disse.
Mestre em Computação Aplicada e Coordenador do Núcleo de Inovação, Tecnologia do Centro Universitário UniFTC, Fabrício Oliveira indica três pilares para a segurança digital. “O primeiro é a confidencialidade. Os seus dados são seus, não deve passar para ninguém. Nesse sentido, a identificação biométrica é ótima. O segundo a é a integridade. Tiramos fotos, gravamos áudios, aconselho não deixar esses dados no aparelho. E a terceira é que a informação tem que estar de fácil acesso, mas para o dono, para ele provar que ele é ele mesmo”, sintetizou. ( Metro 1 )