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Bolsonaro é alvo de panelaços durante novo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV

O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em diversos municípios brasileiros durante o pronunciamento desta terça-feira à noite em cadeia nacional de rádio e televisão. Enquanto Bolsonaro discursava sobre a crise do novo coronavírus, ouvintes e telespectadores demonstraram insatisfação com a postura do governo por meio do barulho de panelas e de palavras de ordem. A manifestação tem sido comum nas duas últimas semanas, durante as aparições do presidente em meios de comunicação.

Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

No Rio de Janeiro, o protesto aconteceu em bairros da Zona Sul (como Leblon, Ipanema, Copacabana, Leme, Botafogo, Humaitá, Catete, Urca, Jardim Botânico, Laranjeiras e Vidigal), da Zona Norte (como Riachuelo, Tijuca, Vila Isabel e Grajaú), da Zona Oeste (como Barra da Tijuca, Recreio e Freguesia) e da região central da cidade (Lapa e Estácio). Também houve panelaço em Niterói. As críticas nas janelas, sobretudo na Zona Sul, se estenderam por cerca de 15 minutos. Em Copacabana, elas começaram a ser ouvidas por volta de 20h15m, quando o pronunciamento sequer havia começado.

Assim como no Rio, em São Paulo o panelaço foi mais forte do que em dias anteriores. Nas Zonas Oeste e Sul, além do Centro, as manifestações começaram antes da cadeia nacional. Em Pinheiros e Jardins, pessoas nas janelas dos prédios gritavam “Fora” durante a fala do presidente. Houve também manifestações intensas na Vila Olímpia, Moema, Higienópolis e Bela Vista.

Em Fortaleza, moradores também bateram panelas contra Bolsonaro. Os ruídos foram escutados nos bairros Cocó, Dionísio Torres, Aldeota, Cambeba, Meireles, Bairro de Fátima, Varjota, Cidade dos Funcionários e Mucuripe.

Na capital federal também houve panelaço contra o presidente em regiões de classe media-alta. Há relatos de protestos na Asa Norte, na Asa Sul, no Sudoeste, em Águas Claras no Guará II e no Cruzeiro Novo.

Houve ainda relatos de panelaço em Belo Horizonte, Florianópolis, Belém, Porto Alegre, Salvador, João Pessoa, Aracaju e Recife.

Enquanto a temperatura dos protestos subia, o tom do presidente baixava.  Ao contrário do pronunciamento da semana passada, desta vez Bolsonaro tratou a crise da Covid-19 de forma mais amena. Ele voltou, no entanto, a distorcer o discurso do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, como já havia feito em entrevista na manhã desta terça, para alegar que, agora, até a entidade internacional estaria defendendo o retorno ao trabalho — o que a própria OMS já desmentiu.

Da Redação- Luciano Reis Notícias, com O Globo.