O ministro da Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu nesta quarta-feira (29) a nomeação do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, feita pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). A suspensão atendeu a um pedido do PDT, que protocolou um mandado de segurança contra o ato do Poder Executivo.
Foto : Tomaz Silva/Agência Brasil
Ramagem foi anunciado para o cargo após a demissão de Maurício Valeixo da PF. Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ele tem uma relação de amizade com um dos filhos do presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. Nas redes sociais do parlamentar, há uma foto dos dois no réveillon de 2019.
Na decisão, Moraes argumentou que há aparente “desvio de finalidade” na nomeação de Ramagem. “O Poder Judiciário, portanto, deverá exercer o juízo de verificação de exatidão do exercício da discricionariedade administrativa perante os princípios da administração pública (CF, art. 37, caput), verificando a realidade dos fatos e também a coerência lógica do ato administrativo com os fatos. Se ausente a coerência, o ato administrativo estará viciado por infringência ao ordenamento jurídico e, mais especificamente, ao princípio da proibição da arbitrariedade dos poderes públicos que impede o extravasamento dos limites razoáveis da discricionariedade, evitando que se converta em causa, de decisões desprovidas de justificação fática e, consequentemente, arbitrárias, pois o exame da legalidade, moralidade e impessoalidade, além do aspecto formal, compreende também a análise dos fatos levados em conta pelo Presidente da República ao realizar determinada nomeação”, escreveu.
Procurado, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública não se manifestou sobre a decisão do ministro. Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União fosse comunicada da decisão por WhatsApp.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Metro 1.