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Mulheres mostram nova forma de fazer política em meio à pandemia, diz antropóloga

A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz comentou o surgimento e a consolidação de lideranças femininas em meio ao enfrentamento dos países na guerra contra o coronavírus. Em entrevista a Mário Kertész nesta quinta-feira (30), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ela afirmou que a crise na área de saúde forçou os países a tomar medidas drásticas. Para Lilia, o protagonismo dos países que melhor estão lidando com a pandemia é visto nas mulheres.

Foto : Walter Craveiro/Flip

“Quando diga que talvez exista uma nova forma de fazer política, é que algumas líderes mulheres femininas e feministas têm se destacado positivamente de fato no combate ao coronavírus. Me refiro à primeira ministra da Nova Zelândia, a da Islândia, da Finlândia, a líder de Taiwan e de Cingapura, sem esquecer das primeiras-ministras da Alemanha e da Bélgica também. Eu sei que são países distantes do nosso e com uma realidade muito distante, mas talvez tenhamos lá uma nova resposta”, disse a historiadora.

“São mulheres que responderam de forma muito precisa e objetiva. Fecharam as fronteiras e avisaram que iriam fechar, peitaram. É possível fazer uma política em estado de anomalia, de emergência e de exceção de forma democrática, informando a população, o que é absolutamente relevante”, acrescenta. 

Lilia comentou a argumentos defendidos pelo historiador britânico Eric Hobsbawm, que levantou questionamentos sobre o fim do século XIX só ter ocorrido depois da primeira guerra mundial. Segundo Lilia, o período terminou com um sonho de uma humanidade que seria libertada pelos novos conhecimentos da ciência, noções de progresso e evolução. Ela acrescenta que, em 1918, ocorreu a gripe espanhola, que matou cerca de 50 milhões de pessoas.

“Nosso século XXI só vai começar ao final dessa pandemia. A pandemia vem provar que, com todas essa tecnologia que desenvolvemos e avanços que marcam tanto o século XX, não foi possível combater um microorganismo pequenininho”, disse a antropóloga. “A pandemia vem mostrar um pouco dessa nossa vulnerabilidade e de nossa especificidade como humanos, que estamos sempre em perigo”, afirma.

Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Metro 1.