O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) afirmou que Forças Armadas não aceitarão “um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”, comentando o mesmo tema da nota divulgada pelo Planalto na semana passada. Ainda segundo o chefe do Executivo, a análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de um processo que pode levar à cassação da chapa presidencial é “começar a esticar a corda”.
“Nós, militares das Forças Armadas, e eu também sou militar, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia em nosso país”, disse Bolsonaro, em entrevista à rádio e TV BandNews. “Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”, acrescentou o presidente.
Na sexta-feira (12) da semana passada, em nota divulgada pelo governo —que foi assinada também pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo—, sobre o julgamento das primeiras duas ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão, vitoriosa nas eleições de 2018. “Me julgar por uma página que ficou fora do ar por menos de 24 horas para cassar a chapa Bolsonaro-Mourão? É inadmissível isso aí. Isso, no meu entender, é começar a esticar a corda. É começar a alimentar uma crise que não existe da nossa parte. Como vou dar golpe se já sou presidente da República?”, indagou Bolsonaro.
Ainda na entrevista, o presidente minimizou um risco de intervenção militar e que é “digno de pena” que alguém levante uma faixa em um protesto a favor da reedição de um AI-5. Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) não precisava ter delimitado a interpretação sobre a atuação das Forças Armadas. “Não existe intervenção militar. O artigo 142 nem precisava o ministro Luiz Fux, monocraticamente, atender a um pedido do PDT”, afirmou. “Como se o nosso alto comando das Forças Armadas fosse formado por pessoas que não soubessem qual o seu papel em uma democracia”, acrescentou o presidente. ( Metro 1 )