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Clubes vivem dificuldades em reativar equipes para disputar a retomada do Baianão

Quando a Federação Bahiana de Futebol (FBF) suspendeu o Campeonato Baiano, em virtude da pandemia do coronavírus, a grande maioria dos clubes do interior dispensaram seus jogadores. Com a retomada do estadual definida nesta semana (leia aqui), esses dirigentes iniciaram o trabalho de remontagem dos elencos, mas num maior nível de dificuldade. Os bolsos, que já eram rasos, ficaram ainda mais vazios devido a paralisação do futebol.

Foto Reprodução: Estádio Carneirão em Alagoinhas

A crise chegou para todos os clubes baianos. No entanto, alguns deles tem situação um pouco melhor como a tradicional dupla da capital Bahia e Vitória, além do Jacuipense, que integra a Série C do Brasileiro, e o Bahia de Feira e Atlético de Alagoinhas, ambos na Série D. Os cinco já retomaram seus treinamentos presenciais e estão à frente dos concorrentes no estado. Por outro lado, os demais participantes da primeira divisão do estadual, como Doce Mel, Fluminense de Feira, Jacobina, Juazeirense, Vitória da Conquista, vivem momento ainda mais delicado financeiramente.

Para reativar o time o presidente do Fluminense de Feira, o deputado estadual Ewerton Carneiro da Costa (PSL), mais conhecido como Pastor Tom, tem entrado em contato com empresários para viabilizar a remontagem do elenco.

“A gente está ligando para alguns empresários, alguns amigos e também os amantes do Flu de Feira estão ajudando. Fizemos uma projeção agora de 30 dias para esse retorno e não tenho dúvidas que já deu certo!”, afirmou em entrevista ao Bahia Notícias. “O Fluminense tem uma dívida de mais de R$ 2 milhões. Estamos fazendo muito com pouco. O que está mantendo nosso clube são os sócios, os torcedores e alguns empresários que gostam. Não posso deixar essa marca do Fluminense ser morta nesse momento. Então, junto com a diretoria, resolvemos ir para o sacrifício”, completou.

Sem o apoio da prefeitura da cidade, o presidente da Juazeirense, o deputado estadual Roberto Carlos (PDT), está contando com a ajuda do torcedor.

“Vamos promover várias atividades, dentre elas uma vaquinha virtual e também a venda de ingresso virtual. É a maneira que o torcedor tem para nos ajudar, porque não temos receita em hipótese nenhuma”, disse ao BN. “Estamos fazendo uma consulta à FBF. Como temos contrato com TV, nos jogos da Juazeirense que não serão transmitidos, vamos pedir permissão para transmitirmos pelo nosso canal no YouTube”, explicou.

‘ESTAMOS NUMA AREIA MOVEDIÇA’
Apesar de ter vaga na Série D garantindo calendário até o final do ano, o Vitória da Conquista vive uma situação dramática. A participação na competição nacional ainda é incerta devido ao cofre sem nenhum tostão.

“Não temos a menor condição de fazer futebol profissional nesse momento. Não temos estrutura física, não temos nenhum recurso financeiro, ainda com dívidas do Baiano que não conseguimos arcar. Você retomar um campeonato agora sem nenhuma perspectiva de receita vai impactar talvez na Série D, que temos a vaga. É um momento muito ruim. Não apontamos nenhum culpado para isso. É da própria situação de momento que o clube vinha atravessando, mas na nossa realidade de hoje, o mais prudente seria estacionar para não gerar consequências mais drásticas que comprometeria o futuro e a saúde financeira”, relatou em conversa com a reportagem do BN. “A gente já estava num momento ruim, veio a pandemia nos atolar e estamos numa areia movediça aqui sem condições nenhuma de tentar sair. Vamos recorrer a quem se as empresas também estão em necessidade de se reerguerem nesse caos financeiro? Vamos tentar, sempre vivemos assim com dificuldades, vai ser mais um aprendizado agora”, completou.

RETORNO AOS TREINOS
A prefeitura de Salvador liberou os clubes profissionais de futebol para que retomassem suas atividades presenciais, o que beneficiou o Vitória e o Jacuipense, ambos treinam na Toca do Leão. Já o Bahia, conseguiu a autorização junto às autoridades de Camaçari e Dias D’Ávila e trabalha na Cidade Tricolor desde o mês passado. O Bahia de Feira seguiu o mesmo caminho do xará da capital e buscou o aval da prefeitura de Feira de Santana. Enquanto o Atlético de Alagoinhas fechou com um resort em Santo Estêvão, onde faz sua preparação para a reestreia no Baianão.

O cenário muda completamente para a Juazeirense. Além do desafio de remontar um elenco de futebol sem dinheiro, Roberto Carlos ainda precisa definir o local de treino da equipe. O decreto que proíbe as atividades físicas na cidade ainda está vigente e a previsão é que a liberação aconteça somente no dia 19 de julho, isto é três antes do reinício do estadual. Com isso, o dirigente está tentando levar o time para retomar os trabalhos em Feira de Santana (veja aqui).  

Enquanto o Cancão de Fogo tenta reiniciar seus trabalhos em outra cidade, o Jacobina não sabe o que fazer, já que sua terra natal também segue fechada no combate ao coronavírus. Contrário à retomada do Baianão, o vice-presidente do Jegue da Chapada, Rafael Damasceno, disse não ter condições de enviar o elenco para outro local.

“Quem vai bancar esses custos de treinar em outro local, se nós não recebemos R$ 1 de nada. Quem vai bancar os testes? Quem vai bancar os jogadores vindo de fora de outros estados?”, falou.

REINÍCIO ONDE PAROU
O Campeonato Baiano será retomado a partir da oitava e penúltima rodada. Depois, acontecerão os confrontos da semifinal e final, ambos definidos em jogos de ida e volta. Confira a tabela de classificação:

Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Secom.