O prefeito de Santo Amaro, Flaviano Rohrs Bonfim (PP), criticou a denúncia do cantor e compositor Caetano Veloso diante da possibilidade de um terreno da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ser entregue à empresa Orbi Química para montagem de uma fábrica no município. De acordo com o artista, há risco ambiental na implantação da obra. O município alega que a fábrica vai gerar cerca de 600 empregos diretos ou indiretos.
“Pensem profundamente nos problemas que Santo Amaro já vem enfrentando, muitas dificuldades em muitos anos por causa de questões ambientais”, disse Caetano, em mensagem enviada aos vereadores através do Instagram.
Ele lembra do caso envolvendo a Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), mineradora que atuou por mais de 30 anos em Santo Amaro da Purificação e que foi condenada pela Justiça Federal a pagar indenização pelos danos ambientais e sociais por conta da contaminação de chumbo na cidade. A fábrica operou durante 33 anos e foi fechada em 1993, produzindo cerca de 900 mil toneladas de barras de chumbo, que contaminou a população da cidade. Ao site BNews, o prefeito Flaviano criticou a falta de legitimidade do artista.
“Caetano não tem legitimidade nenhuma pra falar de política da cidade. […] Usou a vida toda o nome de Santo Amaro, não tem moral pra falar de nada. Não teve coragem de fazer uma campanha pra ajudar a cidade de Santo Amaro”, disse no último domingo (26).
Ainda no mesmo dia, ele divulgou um vídeo nas redes sociais defendendo a empresa e mandando um recado ao povo da cidade. Ele ainda alfinetou Caetano Veloso por não morar no município. “Eu vim mandar uma mensagem para o povo de Santo Amaro, o povo que realmente vive em Santo Amaro. É de grande importância a vinda dessa fábrica para Santo Amaro. Deixar bem claro que essa fábrica não há poluentes, é certificada e tem ISO”, declarou o gestor municipal.
“Nesse momento, no imediato, que a empresa quer se instalar nesse ano e começar de imediato as obras de instalação em Santo Amaro para suprir Norte e Nordeste, não podemos perder tempo. É por isso a pressa. É um local de logística boa e perto de rodovias”, declarou.
Na última sexta-feira (24), o diretor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Danilo Barata, entregou documento à Câmara de Vereadores da cidade para tentar impedir a mudança. ( Metro 1 )