Em 2019, vários partidos usaram verba pública do fundo partidário para remunerar dirigentes, amigos, parentes e políticos que não conseguiram se eleger, segundo dados de prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral, analisados pela Folha.
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Ao todo, R$ 937 milhões foram gastos em 2019, sendo 90% dinheiro público distribuído às legendas de forma proporcional aos seus desempenhos nas últimas eleições para deputado federal.
Responsável por uma das maiores cotas, o PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente da República, tem na sua lista de pagamentos funcionárias indiciadas pela Polícia Federal por suspeita de candidaturas laranja em 2018, além de citados na investigação das “rachadinhas” da Assembleia do Rio de Janeiro e até um amigo de Bolsonaro, que nunca exerceu atividade política partidária.
O PT, maior partido da oposição, é o que mais recebe dinheiro do fundo por ter obtido o maior número de votos nas eleições para a Câmara em 2018. Um dos maiores fornecedores contratados pelo partido é a Urissanê Comunicação, que recebeu R$ 5,5 milhões em 2019. A empresa é de Otavio Augusto Antunes da Silva, que disputou eleições pelo partido em 2000 e 2004 e foi assessor parlamentar da sigla na Assembleia Legislativa de São Paulo entre 2005 e 2016.
Em partidos médios e menores, a prática também é observada. É o caso do DC (Democracia Cristã), do ex-candidato à Presidência José Maria Eymael, que pagou salário não só a ele (R$ 109 mil em todo o ano), como direcionou R$ 45 mil ao Centro Automotivo Caminho Certo, que tem ele e familiares como sócios.
No Podemos, o filho do deputado baiano João Carlos Bacelar (PL-BA) ganha R$ 11 mil mensais da legenda. Bacelar é aliado do partido no estado. A folha de pagamento também inclui familiares de dirigentes da sigla.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Metro 1.