Suspeito de chefiar uma organização criminosa que desviou R$ 60 milhões desviados de doações de fiéis, o padre Robson de Oliveira Pereira, 46, utilizou parte da verba doada para comprar uma casa em Guarajuba, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
Foto: Reprodução / G1
Segundo reportagem da revista época, as suspeitas são apontadas pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).
De acordo com a reportagem, o imóvel, que foi pago à vista, custou R$ 2 milhões. A compra foi feita através da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), criada e presidida pelo padre Robson. A aquisição foi efetuada da empresa Sistema Alpha de Comunicação, que também é investigada.
Além da casa de praia, uma chácara luxuosa teria sido comprada com doação de fiéis. A propriedade, inclusive, foi alvo de busca e apreensão realizada na manhã desta sexta-feira (21). O MP-GO chegou a pedir a prisão preventiva do padra. Contudo, o pedido foi negado pela juíza Placidina Pires, da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais.
Segundo a matéria, nos últimos três anos a Afipe movimentou R$ 120 milhões, dos quais R$ 60 milhões, segundo o Judiciário, podem ter sido desviados dos cofres da associação, criada criada para manter as atividades da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, no interior de Goiás.
De acordo com o MP, as investigações contra o religioso iniciaram em 2017, quando ele foi vítima de extorsão, teve computadores e tablets roubados, e passou a sofrer chantagem “para que não divulgassem imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que levassem a prejudicar sua imagem”.
Na oportunidade, o padre transferiu mais de R$ 2 milhões de contas bancárias da associação presidida por ele. Embora a quadrilha tenha sido condenada em 2019, o sinal de alerta foi ligado para o uso da verba da fundação para fins pessoais.
“Os elementos informativos coletados indicam que as doações feitas por fiéis de todo o país para o custeio das atividades da Afipe e para o pagamento das obras e projetos de cunho social da mencionada associação, na verdade, estariam sendo utilizadas para finalidades espúrias”, escreve a juíza Placidina Pires na decisão.
A Operação Vendilhões, que investiga o caso, apura rimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa. Ao todo, 16 mandados foram cumpridos em locais como chácaras, casas e a sede da Afipe. A juíza Placidina Pires também determinou o bloqueio de valores da Afipe até o limite de R$ 60 milhões, por meio do sequestro de bens imóveis ou o bloqueio de valores em conta.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Bahia Notícias.