As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 505,187 bilhões de janeiro a julho deste ano. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Déficit primário quer dizer que as despesas foram maiores que as receitas. Porém, esse cálculo não inclui os gastos com juros da dívida pública.
Trata-se do pior resultado para esse período desde o início da série histórica em 1997 – ou seja, em 24 anos. No mesmo período do ano passado, o déficit fiscal somou R$ 35,245 bilhões.
O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas para combater a pandemia da Covid-19 e à queda na arrecadação provocada pelo vírus. As medidas de restrição derrubaram a atividade econômica e levaram a diversas medidas de adiamento da cobrança de impostos.
A receita líquida teve redução de 14,6%, em termos reais, nos sete primeiros meses deste ano. No período, houve um adiamento no pagamento de R$ 81,3 bilhões em tributos, enquanto a diminuição do IOF crédito totalizou R$ 6,3 bilhões.
Do lado da despesa, houve uma alta de 45% até julho de 2020. Os gastos com o combate à crise sanitária somaram R$ R$ 273,4 bilhões, de um total de R$ 505 bilhões aprovados até o final de julho.
Para este ano, somente o governo tinha de atingir uma meta de déficit primário de até R$ 124,1 bilhões. Entretanto, com o decreto de calamidade pública por conta da pandemia do coronavírus, não será mais necessário atingir esse valor.
Somente em julho deste ano, as contas do governo apresentaram um rombo de R$ 87,835 bilhões, o pior resultado mensal da história para este mês. No mesmo período de 2019, o déficit fiscal somou R$ 5,934 bilhões.
Houve, no entanto, uma melhora na comparação com o mês de junho – quando o déficit primário nas contas do governo somou R$ 194,7 bilhões.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com G1.