Um vereador de Camaragibe, no Grande Recife, acusou outro vereador de furtar um celular que estaria sobre a mesa de comando da Câmara Municipal. O vereador José Roberto, conhecido como Roberto da Loteria (sem partido), diz na Tribuna que Antônio Oliveira, o Toninho (PT), ligado a grupos evangélicos, “tem um pacto com satanás”.
Foto: Ilustração
O discurso com acusações e xingamentos foi feito na sessão semanal da Câmara de Camaragibe, na terça-feira (25). Nesta quarta (26), a presidência do Legislativo publicou uma nota oficial nas redes sociais, “pedindo desculpas à população”. Roberto da Loteria pode ser alvo de um processo por quebra de decoro.
Roberto disse que o celular foi furtado no dia da votação do processo de impeachment do ex-prefeito Demóstenes Meira (PTB), em novembro de 2019. O ex-prefeito foi apontado pela polícia por envolvimento em desvios de dinheiro e chegou a ficar preso. Meira foi solto este ano, após nove meses. “Depois do Impeachment de Meira, o celular foi roubado desta mesa aqui”, afirmou Roberto da Loteria, batendo na madeira. Em seguida, ele faz a acusação contra Toninho. “Eu digo com propriedade que quem roubou meu celular foi vossa excelência”, declarou, olhando e apontando o dedo para o opositor, que estava na cadeira ao lado.
Ainda no discurso, Roberto disse que Toninho entregou o suposto celular roubado a um filho e depois a um assessor. “Seu filho jogou o celular no canal. Achavam que tinham milhões de gravações contra ele”, declarou. O segundo trecho, o mais curto, tem palavras de baixo calão. Roberto da Loteria fala sobre cargos e profere xingamentos contra Toninho. Na última parte, o parlamentar relata a relação do opositor com as religiões evangélicas. “Vossa excelência fala tanto em Deus e chora por Deus. Na verdade, acho que tem mesmo é um pacto com satanás”.
A Câmara Municipal de Camaragibe em uma nota oficial, diz que a atitude do vereador não tem respaldo do Legislativo. “Considerando a manifestação do vereador Roberto da Loteria, proferida na sessão plenária de 25 de agosto de 2020, vem a público ressaltar que tal atitude do parlamentar não reflete a opinião da Casa Vicente Lacerda de Menezes.
Ainda segundo a nota, “a Câmara Municipal é um espaço democrático, com pensamentos divergentes, contudo, de forma alguma, compartilha de manifestações ou atitudes que possam atingir negativamente qualquer ser humano ou instituição”.
Ao G1, Roberto da Loteria afirmou que não se arrepende de nenhuma acusação que fez na tribuna da Câmara. “Só lamento ter dito palavrões”, disse. O parlamentar afirmou que “está enjoado da política” e que não vai tentar a reeleição. “Não tenho medo de repercussão criminal. Não tenho medo de nada. Não sou louco de dizer o que disse sem prova. Sou um homem “, declarou.
Da Redação-Luciano Reis Notícias, com Bahia Notícias.