A pedagoga Tatiana Amorim Badaró, responsável por trazer à tona abusos sofridos cometidos pelo líder religioso e ex-grão-mestre e uma loja maçônica na Bahia, Jair Tércio Cunha Costa, afirmou que já são mais de 300 relatos de crimes cometidos por ele. Em entrevista a Mário Kertész nesta terça-feira (2), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ela comentou que o acusado já foi ouvido pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
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“O Ministério Público já ouviu todas as 14 vítimas iniciais e mais algumas outras vítimas. O número ainda não foi divulgado porque o ministério continua ouvindo. A gente sabe que tem muitas outras pessoas relatando. Ontem a noite completou o relato de número 300. Para mim, nem todos esses são convertidos em denúncias oficiais no Ministério Público. Jair Tércio foi ouvido via videoconferência na segunda-feira. Meu advogado ainda não recebeu o depoimento, então não sei detalhes. O que eu sei, e que era esperado, é que ele negou tudo e o único argumento foi de que as coisas não aconteceram. Não tinha nem como argumentar”, disse a pedagoga.
A denúncia foi feita por ela no programa Fantástico, da TV Globo. Na ocasião, Tatiana deu detalhes sobre como o fato ela ter engravidado aos 16 anos acabou desencadeando uma série de manipulações por parte de Jair Tércio em sua vida. Ela comentou a atual situação do caso e falou sobre uma possível “morosidade” no andamento do processo.
“Essa semana deve haver um novo passo no processo, onde ele tende a se tornar público e sair do segredo de justiça. É muito importante. Muitas pessoas têm me questionado se não há uma morosidade do sistema judicial. Minha opinião é que há uma falha na lei. O MP-BA tem me surpreendido positivamente neste sentido. Algumas pessoas já me ouviram falar que sou um tanto descrente com a justiça brasileira. Basta a gente ver por exemplo o caso de Lucas Terra. O menino foi assassinado em 2001. Estamos em 2020, o pai já faleceu e até hoje o caso está em aberto”, disse Badaró.
Questionada sobre os serviços da Fundação Ocidemnte, Tatiana Badaró declarou que não há como desassociar Jair Tércio do grupo religioso. Segundo ela, a seita formada pelo guru atende a todas as inciativas dele.
“Eu tenho informações de que eles continuam tentando se desvincular, dizendo que Jair Tércio não é parte da fundação desde 2017, o que não é possível. O Jair Tércio, pelo menos nos 12 anos que eu convivi, 18 anos ou 30 anos das outras pessoas conviveram, ele é a própria representação da Fundação Ocidente ou a Fundação Ocidemnte é a representação do Jair Tércio. Inclusive instituído o dia da consciência humana, que é o dia 10 de setembro, daqui a oito dias. Eles conseguiram isso em diversos municípios e aqui no estado. 10 de setembro é o dia considerado sagrado para Jair Tércio”, declarou a pedagoga.
Tatiana Badaró também cobrou da maçonaria baiana uma crítica à atuação de Jair Tércio. Na avaliação dela, há uma tentativa de julgamento interno do líder religioso, mas que o caso precisa ser esclarecido. “Falta um pronunciamento oficial da maçonaria para a sociedade. A maçonaria se propõe a uma função social. Estão fazendo um procedimento interno, mas a função social da maçonaria está sendo falha, em minha opinião”, afirmou.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, com Metro 1.