Em todo o Brasil, quatro vacinas contra o coronavírus estão na terceira fase de estudos clínicos, a última etapa antes da aprovação. Três delas possuem voluntários em Salvador. O que é motivo de alívio para uns se tornou um alarmante para o voluntário Jorge Dário, técnico de telecomunicações, 42 anos, que relatou descaso por parte dos aplicadores após fazer constantes queixas de dores e não receber nenhum suporte. “Senti fortes dores nas articulações cinco dias após tomar a segunda dose da vacina. Dores tão forte que as vezes nem consigo me movimentar”, desabafou. Jorge é voluntário do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, aplicada no Hospital São Rafael.
Foto : Scott Heins / Gabinete do Governador Andrew M. Cuomo
“Relatei diversas vezes ao canal disponibilizado e por não apresentar sintomas relacionados à covid, como febre e perda de paladar, uma médica me disse para procurar o SUS, mas eu não achei coerente”, disse. Chateado, o técnico defendeu que a unidade de saúde “deveria chamar o voluntário para, pelo menos, fazer alguns exames e comprovar que as dores não tem relação com a segunda dose da vacina”. “É uma falta de respeito comigo e com o resto da humanidade”, relatou. Em contrapartida, a estudante Lara Carvalho, 25 anos, voluntária do mesmo imunizante, afirma que recebeu orientações para, em caso de efeitos colaterais, se dirigir ao hospital: “Ainda ficamos cobertos por um tipo de plano de saúde da pesquisa. Tive algumas reações, mas foram toleráveis e apenas os notifiquei”. Em contato com o Metro1 para esclarecer a situação, o Hospital São Rafael, através de sua assessoria, disse que não iria se manifestar sobre o assunto.
Dados publicados na revista britânica “The Lancet” mostram que a vacina de Oxford tem 90% de eficácia, ou seja, 90% dos que tomam o imunizante ficam protegidos contra aquela doença. Outro imunobiológico que foi comprovado ser eficaz, dessa vez com 95%, é o da farmacêutica norte-americana Pfizer. “Nós fomos surpreendidos. A maioria das vacinas que utilizamos com sucesso em saúde pública tem eficácia variável de 50% a 80%. A vacina contra a varíola, por exemplo, tão bem-sucedida que foi capaz de erradicar a doença da face da terra, tinha uma eficácia de 80%”, explica o médico infectologista e coordenador do Centro de Pesquisa Clínica das Osid (Obras Sociais Irmã Dulce), Edson Moreira, durante entrevista à Rádio Metrópole. A instituição é o segundo maior centro de testagem de vacina da Pfizer no mundo e segundo a professora voluntária Sara Pitanga, 56 anos, “o acompanhamento foi excelente. Não tenho do que reclamar”.
Da Redação/Luciano Reis Notícias, com Metro 1