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Dr. Nery reforça campanha por quebra de patentes para as vacinas contra a Covid-19

O médico psiquiatra e professor Antônio Nery Filho comentou a troca de experiências e o debate a respeito do consumo de drogas propiciada pelo programa “Drogas: Fique Por Dentro”, da Rádio Metrópole. Em entrevista a Mário Kertész hoje (22), durante o Jornal da Bahia no Ar, ele citou o aprendizado com MK para conduzir o trabalho no programa.

Foto : Metropress

“Eu passei a conversar com gente do Brasil inteiro. Já conversei com colegas de Santa Catarina, Ceará e de todo o Brasi. Confesso meu delito, imitei mesmo. Temos conversado com pessoas fundamentais em todo o Brasil. Gente de Manaus, Natal, Pernambuco, Minas Gerais e a mesma coisa”, declarou Antônio Nery.

O especialista afirmou que é contrário à ideia de combater o uso de drogas e entorpecentes, ao passo em que defende uma conscientização maior. “Eu luto contra o combate. Nós devemos desenvolver políticas de cuidado com as pessoas. Não é o álcool que toma as pessoas, são as pessoas que usam as drogas. Cada pessoa tem uma história, cada pessoa faz uma escolha e faz o seu fracasso, vive suas ilicitudes, submetidas aos rigores da vida e determinadas condições encontram um produto psicoativo, afirmou.

“O alívio é temporário, mas permite as pessoas viverem. Aí que eu acho que nós, os profissionais, devemos nos aproximar dessas pessoas para ajudá-las a encontrar alternativas possíveis, construções possíveis e não lutar contra a droga. Nós sabemos inclusive que as pessoas morrem na abstinência. Se eu tiver um alcoolista grave, que há 10 anos bebe porque tem um trabalho infernal, vida horrorosa e filhos que não eram o que ele queria, essa pessoa bebe para propagar essa dor. Se você interromper, a pessoa morre. Tem que interromper cuidando das pessoas e fazendo redução de danos”, acrescentou.

Questionado por MK, Nery falou ser a favor da quebra de patentes de vacinas contra a Covid-19 em prol de uma universalização no acesso ao imunizante. Ele citou a fala endossada por Carlos Parada, também psiquiatra, que lamentou a lentidão do processo de vacinação. “Os governos financiaram os laboratórios, os laboratórios estão desenvolvendo as vacinas e os povos todos têm que ter dinheiro para comprar. Carlos escreveu no Le Monde um artigo dizendo que a vacina é um bem comum. Se trata de salvar a vida das pessoas, sustentar a vida dos humanos no planeta. Nesse sentido, não dá para ficar aqui comprando seis milhões de doses, tome aqui, compra ali, esse vende, esse não vende, esse é comunista e o outro não sei das quantas. Carlos diz: ‘Quebremos e trabalhemos para quebrar essa patente em nome da vida, em nome do bem comum’ que é a vida humana”, afirmou o especialista, que reforçou a necessidade de ter uma conscientização da população sobre o tema.

“A quebra da patente exige uma pressão popular. No mundo inteiro, as pressões populares estão levando os governos a começarem a pensarem na quebra de patente. Serra, quando foi ministro da Saúde, foi ele que quebrou a patente. Brasil e China quebraram a patente com relação a AIDS e o resto do mundo foi atrás. Nós salvamos milhões de pessoas e o Brasil começou a distribuir o coquetel gratuitamente. Neste momento, o que eu acho, é que não temos um governo que se interesse por isso”, declarou.

Da Redação/Luciano Reis Notícias, com Metro 1