Ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso avaliou o retorno de seu sucessor na presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cenário político em uma futura disputa nas eleições de 2022. Em março, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou as condenações do petista na Operação Lava Jato e devolveu a Lula a condição dele ser concorrer ao próximo pleito. Em entrevista a Mário Kertész hoje (8), exibida durante o Jornal da Metrópole no Ar da Rádio Metrópole, o ex-presidente tucano comentou sua relação com o petista e disse não ter “medo” de um novo governo Lula.
“Eu penso bastante no Lula. Conheci quando era líder sindical mesmo. Conhecer de ir à casa dele, ver os meninos pequenos ainda e com a Marisa, com a casinha de operário. Sempre foi uma pessoa intuitiva. Falava o português naquele tempo meio errado. Agora não, aprendeu. Ele é muito inteligente. Lula nunca foi formalmente de esquerda. Não é o jeito dele. Ele sente o ambiente e vê. Personalista, político tem que ser. Ele é bastante. Eu não tenho pavor do que o Lula possa fazer”, disse FHC. “Ele vai fazer o que for necessário, ele é competente, sente no ar e faz. Não vou votar no Lula, nunca votei nele para presidente e nem nada disso porque discordo de algumas visões dele. Mas não tenho medo do Lula. Não acho que ele vai levar o Brasil para o buraco”, afirmou o ex-presidente.
No entanto, o tucano garantiu que uma melhor opção é que Lula evite disputar as eleições de 2022. Para ele, o petista precisa reconhecer que o momento dele já passou e que é hora de surgirem forças novas no PT. “É melhor que ele criasse forças novas no partido dele. Mas acho que é uma pessoa muito centrada nele mesmo. Sempre foi. Quando ele era presidente do Sindicato, quem mandava era o Lula. Fumava muito na sala dele, mandava para valer e dava ordem sem parar. É o jeitão dele. Não o vejo há algum tempo, mas não tenho prevenção, medo ou sentimento anti-Lula. Não faz parte do meu modo de ser. Eu acho que já foi. Repeteco não vale a pena. Mas não é problema meu, é dele”, avaliou FHC.
“Se ele eventualmente ganhar, não acho que ele vá levar a lugar negativo. Não é o estilo dele. Vai se acomodar com as forças dominantes, que ele sempre se acomoda, vai se acomodar com o povo, porque sabe falar, não vai perder o sentimento de origem que ele sempre tem. Ele é diverso, não tenho esse pavor. Se eu fosse ele, ficaria em casa, acho que já passou do limite. Mas cada um sabe a força que tem”, declarou o tucano
Da Redação/Luciano Reis Notícias, com Metro 1