Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez afirmações distorcidas sobre temas como o meio ambiente, a pandemia de Covid-19 e o cenário econômico brasileiro. O mandatário mentiu ao afirmar que, desde que assumiu o comando do país, “à beira do socialismo”, cessaram os casos de corrupção. “O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos governo”, disse.
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Ao fazer a declaração, o chefe do Executivo desconsiderou as suspeitas de irregularidades que recaem sobre seu governo, denúncias estas investigadas na CPI da Covid.
No início de sua fala, o mandatário afirmou que o Brasil tem hoje um presidente que “acredita em Deus”, além de defender “a família tradicional”. Em seguida, atacou governos do PT, acusando-os de financiar obras de países comunistas sem “honrar dívidas”.
Sobre reservas indígenas, Bolsonaro afirmou que as comunidades vivem em “liberdade” e defendem o agronegócio como meio de subsistência. Ele também citou a legislação ambiental brasileira para insinuar que a Amazonia está sob ampla proteção. “Nenhum país do mundo tem uma legislação ambiental tão completa como a nossa.”
Diferentemente do que faz no Brasil, o mandatário disse lamentar as milhares de mortes provocadas pelo novo coronavírus em todo o mundo.
Ao abordar a questão da crise sanitária, Bolsonaro voltou a atacar as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores, o que, segundo ele, serviu para deteriorar a economia. Para minimizar o problema, afirmou ter implementado ações para geração de empregos formais e pagamento de auxílio emergencial voltado a 668 milhões de pessoas. “Defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade”, declarou o presidente.
Também defendeu o chamado tratamento precoce à base de cloroquina, droga sem eficácia contra a Covid-19. “Não entendemos porque muitos países […] foram contra o tratamento precoce”, disse.
Assista, a seguir, trecho do discurso de Bolsonaro na ONU: