As contas de luz para beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica seguem em bandeira verde em março, informou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Os demais consumidores continuarão a pagar a conta com o acréscimo da Bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. (Foto ilustração)
São beneficiários da Tarifa Social as famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único ou que tenham entre seus membros pessoas que recebam o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Segundo o governo federal, são 24 milhões de famílias nessas condições.
A Tarifa Social prevê um desconto de 10% a 65% na conta de luz, de acordo com o consumo mensal de cada família. O maior abatimento de valor é para quem consome até 30 kWh (65% do preço total da conta). De 31 kWh a 100 kWh, o desconto é de 40%. A redução é de 10% para quem utiliza de 101 kWh a 220 kWh de energia.
Esses beneficiários também pagam os adicionais previstos nas bandeiras tarifárias, exceto a Bandeira Crise Hídrica. A taxa com o acréscimo é divulgada mensalmente. As tarifas sociais seguem os mesmos percentuais de descontos estabelecidos por faixa de consumo (entre 10% e 65%, de acordo com a utilização).
Para as famílias que desejam se inscrever no Tarifa Social, um de seus integrantes deve comparecer à distribuidora de energia elétrica local e apresentar documentação comprovando os critérios exigidos pela Aneel. Beneficiários do BPC não precisam apresentar documentação e têm inscrição automática.
Moradores de áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional não pagam bandeira tarifária. Esse é o caso dos consumidores que vivem no estado de Roraima.
A Bandeira Escassez Hídrica foi criada para cobrir os gastos com geração, transmissão e distribuição das usinas termelétricas – acionadas no lugar das hidrelétricas durante período de seca e que têm custo maior. Essa tarifa foi criada no ano passado devido à crise hídrica de 2021, considerada a pior do país em 91 anos.
O Ministério de Minas e Energia informou que a tarifa extra segue até o próximo mês, mas que a expectativa é de que o quadro não se repita em 2022. O ministro Bento Albuquerque afirmou que a expectativa do governo é de que no fim do período úmido, que acontece entre março e abril, o cenário esteja melhor.
“Acreditamos que [a Bandeira Escassez Hídrica] não será necessária a partir de abril. [Ela] foi utilizada para pagar o custo adicional de geração de energia. Como nós não tínhamos água para gerar as nossas usinas hidrelétricas, tivemos que contratar energia no exterior, da Argentina, do Uruguai, e tivemos que usar nossas usinas termelétricas, que são mais caras, por conta do petróleo, do óleo, por conta do gás”, diz Albuquerque. (Lucas Nanini)
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política