A corrida para as eleições de outubro mudou o comando de seis estados do Brasil, onde chefes do Executivo renunciaram aos cargos para lançar suas pré-candidaturas. Só que em Alagoas o reflexo dessa renúncia levou a uma situação única no país e inédita no estado: a necessidade de uma eleição indireta para governador e vice-governador antes das eleições gerais.
Pela regra eleitoral, é o vice-governador quem assume o cargo na ausência do governador. E foi isso que aconteceu em São Paulo, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Sul e Ceará. A diferença em Alagoas é que o estado não tem mais vice-governador, uma vez que Luciano Barbosa (MDB) foi eleito prefeito de Arapiraca. Sem a figura do vice, quem deveria assumir o governo de Alagoas interinamente era o presidente da Assembleia Legislativa (ALE), o deputado estadual Marcelo Victor (MDB), que recursou o cargo. Assim, coube ao presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ), o desembargador Klever Loureiro, comandar o executivo até a realização da eleição indireta, marcada para o dia 2 de maio. “É uma experiência ímpar. Com a renúncia do governador Renan Filho, seria o presidente da ALE, mas o [deputado] Marcelo Victor abdicou de assumir. Então, houve esse entrave. Aí vai, na escala sucessória, o presidente do Tribunal de Justiça, é o que diz a Constituição Federal. E nesse caminhar, seguindo os ditames da nossa Constituição, será instalado um procedimento para uma eleição indireta”, afirma o governador interino, Klever Loureiro. Governador e vice-governador eleitos por deputados estaduais A eleição é indireta porque ela não acontece por meio do voto da população, como nas eleições gerais marcadas para outubro. São os 27 deputados estaduais de Alagoas que vão eleger governador e vice-governador que comandarão o estado até o final do ano.
O presidente da ALE-AL explica que a sessão será aberta e com voto nominal. Embora a votação seja feita pelos deputados, qualquer pessoa pode se candidatar, desde que atenda a requisitos pré-determinados. O edital com as regras para os candidatos deve ser publicado até a próxima sexta-feira (8).
“A eleição será em voto aberto, onde os parlamentares irão escolher em quem estão votando, tanto para governador, como para vice, em duas eleições, não é uma chapa como a gente vota nas eleições gerais”, explicou o deputado estadual Marcelo Victor, presidente da ALE. Cabe explicar que, mesmo que Marcelo Victor tivesse assumido o governo de forma interina, o Poder Legislativo Estadual teria que convocar uma eleição indireta para recompor o Executivo. Por isso, o cientista político Ranulfo Paranhos avalia que a decisão do deputado em declinar do cargo tem um cunho político. (G1 – Foto: Derek Gustavo/G 1) Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política
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