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Guedes: “Reajustes salariais podem destruir economia”

O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto ilustração), afirmou, na quinta-feira (07), que realizar um reajuste salarial linear para os servidores públicos pode “destruir” a economia brasileira. A fala foi feita durante um evento do mercado financeiro.

Segundo o chefe da pasta, o reajuste reviveria um momento de instabilidade econômica vivida pelo Brasil nos anos 1980 e 1990, quando o país foi tomado pela hiperinflação, fruto da indexação de preços. O aumento salarial vêm sendo cobrado do governo pelos setores públicos e cogitado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que discute, sem previsão de efetividade, um aumento de 5% para os servidores.

“Agora, se começar a dar reajuste para todo mundo, estamos empurrando o custo para filhos e netos, além de destruirmos a nossa economia também. Porque vamos voltar a lógica da realimentação inflacionária, de indexar tudo outra vez”, disse.

O governo federal bloqueou, no último mês, R$ 1,7 bilhão do Orçamento deste ano. A decisão foi tomada, pois falta espaço no teto de gastos, controlado pela regra de que as despesas não podem superar a inflação. Já o espaço de R$ 1,7 bilhões para reajustes salariais foi preservado. A brecha abre esperança para quem espera um aumento que alivie os efeitos sentidos pela crise econômica.

O ajuste fornecido por governadores também vêm pressionando o governo. No fim de março, por exemplo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sancionou uma lei que estabelece um reajuste de até 20% para servidores estaduais.

Guedes alfinetou essa categoria, sem deixar claro de quem estava falando. “Agora, tem dois campos. Um campo que partiu para o populismo, de dar aumento salarial num momento em que ainda está se combatendo a crise; e outro que diz: ‘olha, espera um pouco, espera a doença ir embora e, depois, nós vamos reavaliar e dar aumentos salariais’”, afirmou.

Um suposto aumento havia sido prometido por Bolsonaro a policiais federais. O anúncio gerou um mal-estar e revolta de outros servidores que fizeram paralisações, como os funcionários do Banco central (BC), Comissão de Valores Mobiliário (CVM), Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tesouro Nacional. Apesar das reivindicações, o ministro afastou uma possível reposição da inflação nos reajustes, que já chega a 10%.

“Durante a pandemia, a gente gasta com a pandemia e depois aí sim você começa a reparar alguns que ficaram para trás. Mas não pode ter aquela lógica passada de reposição. ‘Ah, vou repor’. Se houve uma queda, uma perda, nós somos uma geração que pagou pela guerra”, finalizou. (Por Evellyn Luchetta)

 

Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política