O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou, na sexta-feira (27.5), a criticar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Em sua live semanal, o principal alvo da vez foi o ministro Edson Fachin, que também é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). (Foto ilustração: Bolsonaro e Fachin)
Segundo Bolsonaro, Fachin agiu movido por interesses políticos ao anular no ano passado condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o principal adversário do mandatário na corrida eleitoral.
As declarações de Bolsonaro ocorrem no dia seguinte à divulgação de pesquisa Datafolha que mostrou uma vantagem de 21 pontos percentuais do petista sobre Bolsonaro.
“Qual o interesse do Fachin em dizer que o CEP [Código de Endereçamento Postal] da ação na Lava Jato contra o Lula em Curitiba tinha que ser em São Paulo ou no Distrito Federal? O problema foi esse, em cima disso o sr. Fachin foi o relator de uma proposta. Ele deu o sinal verde e a turma dele no Supremo, por 3 a 2, aprovou a ‘descondenação’ do Lula”, afirmou o presidente.
“A gente sabe a vida pregressa dele [Fachin]. Foi militante de esquerda, advogado do MST”, disse Bolsonaro.
“Ele [Fachin] botou o Lula para fora. Agora, botou para fora só para vê-lo livre? Ele [Lula], segundo o Supremo, é elegível, disputa as eleições. A gente entende do lado de cá que ninguém vai botar o cara para fora com condenações grandes em três instâncias simplesmente para ficar passeando por aí. Colocou para fora, no meu modesto entendimento, para ser presidente da República”, completou.
Apesar da fala de Bolsonaro, a assessoria de Fachin disse, quando da sua aprovação no Senado em 2015, que o ministro nunca trabalhou para o MST. Em 2008, o hoje ministro assinou um manifesto de apoio ao movimento, que na época alvo de uma ofensiva do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Na live, Bolsonaro também fez ataques ao TSE e críticas ao PT.
Ele disse, por exemplo, que checadores de informação a serviço da corte eleitoral seriam ligadas ao PSOL e aos petistas.
Divulgada na quinta-feira (26), o Datafolha mostra que Lula lidera a disputa presidencial com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% de Bolsonaro.
O cenário de polarização entre os dois antagonistas caminha para a cristalização, com o terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparecendo bem atrás, com 7%. Outros postulantes atingiram no máximo 2%. Votos brancos ou nulos somaram 7%, e 4% dos eleitores responderam não saber em quem votar.
A pesquisa mais recente foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, nesta quarta (25) e quinta-feira (26). Ela foi contratada pela Folha e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022. (JBr)
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política.