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Abstenção cresceu entre 1º e 2º turno em todas as eleições presidenciais desde 1989

Desde que o país voltou a realizar eleições diretas, em 1989, quando houve segundo turno, menos eleitores compareceram às urnas em relação ao primeiro turno. Em 2018, 20,32% dos 147 milhões de eleitores deixaram de ir às urnas no primeiro turno. No segundo, 21,29% não compareceram – um crescimento de 4,77%. A taxa de abstenção foi de 20,95%. (Foto ilustração)

De acordo com o cientista político da FGV Cláudio Couto, o aumento da abstenção entre os turnos é justificado pela insatisfação com os candidatos disponíveis.

“A tendência sempre é da abstenção crescer do primeiro para o segundo turno, pois parte dos eleitores, insatisfeitos com as opções disponíveis, desiste de ir votar”, afirma Couto. Segundo ele, nos estados onde não haverá segundo turno da eleição estadual a abstenção pode ser ainda maior.

Os índices de abstenção também cresceram ao longo dos anos. Em 1989, quando o país registrou o menor número de abstenções, 11,93% dos eleitores não compareceram no primeiro turno e 14,39% no segundo.

Cláudio Couto, no entanto, pontua que, diante da mobilização dos eleitores no atual pleito, é difícil “cravar” que a abstenção, de fato, irá aumentar. “Esta campanha presidencial está muito quente e mobilizando demais as pessoas, talvez o aumento da abstenção seja um pouco menor este ano. Não dá para cravar”.

Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito ainda no primeiro turno, 21,49% se abstiveram – recorde em comparação com os primeiros turnos dos outros pleitos. O índice se manteve abaixo dos 20% no primeiro turno até 2018.

No segundo turno, 2010 teve a maior abstenção, com 21,50% dos eleitores deixando de votar.

Índice de abstenção nos últimos pleitos

2022

Primeiro turno: 20,95%

2018

Primeiro turno: 20,32%

Segundo turno: 21,29%

2014

Primeiro turno: 19,39%

Segundo turno: 21,10%.

2010

Primeiro turno: 18,12%

Segundo turno: 21,50%

2006

Primeiro turno: 16,75%

Segundo turno: 18,99%

2002

Primeiro turno: 17,74%

Segundo turno: 20,47%

1998

Primeiro turno: 21,49%

1994

Primeiro turno: 17,77%

1989

Primeiro turno: 11,93%

Segundo turno: 14,39% (Danilo Moliterno e Daniel Reis)

Da Redação – Luciano Reis Notícias, com Bahia na Política.