Em Brasília, seja no Congresso, no Supremo Tribunal Federal e até no Palácio do Planalto, onde o presidente da República despacha, só se comenta a saúde mental de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-Foto), que está próximo de completar 100 dias do seu terceiro governo. A colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão e da Globo News, conseguiu captar esse sentimento.
Segundo a jornalista, que é uma das mais bem informadas da corte, a pergunta que mais se ouve é a seguinte: “O que está acontecendo com Lula?”. E complementa: “É mais do que compreensível que, depois de tudo o que passou, a prisão, a morte do neto…, Lula chore num discurso, num evento. Mas, se ele chora tanto, tão seguidamente, começa a gerar um zunzunzum incômodo sobre as condições emocionais de um presidente que volta para um terceiro mandato num País e um mundo diferentes – e mais hostis”.
Na verdade, dá para desconfiar que Lula não anda bem de bacela. Tem falado tanta besteira que até os seus aliados mais próximos não escondem o constrangimento. Na mesma semana, surpreendeu os meios políticos, jurídicos e diplomáticos ao fazer ao menos duas acusações graves, sem provas, imprudentemente. A primeira atingiu os Estados Unidos, um parceiro fundamental.
A segunda foi contra o ex-juiz, ex-ministro e agora senador Sérgio Moro, mas os estilhaços vão longe. Ao vento, do nada, Lula acusou o Departamento de Justiça dos EUA de um conluio com a Lava Jato para prejudicar as empreiteiras brasileiras em licitações internacionais. “Uma história rocambolesca, sem pé nem cabeça, dessas que qualquer um pode lançar numa mesa de bar, numa roda de amigos, mas o presidente?”, diz Eliana, colocando essa questão preocupante em pauta.
A oposição, claro, aproveita para tirar a sua casquinha. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, chegou a colocar em dúvida a saúde mental do presidente, especialmente após os ataques que desferiu contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), afirmando que desconfiava de que estava “armando” a versão de que integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) planejavam sequestrar sua família e matá-lo.
“Lula já não consegue discernir entre o que é realidade e o que é a sua narrativa inventada. Exame de sanidade cairia bem”, ironizou o filho do ex-presidente. Para o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), Lula não anda bem de saúde e feriu as instituições nas declarações contra Sérgio Moro. “Ele agiu de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo, o que configura crime de responsabilidade”, disse.
A acusação de “armação” foi a que mais chamou atenção para se levantar suspeita sobre a saúde mental de Lula, até porque contradiz o discurso oficial adotado pelo próprio governo. Antes do episódio, o ministro da Justiça, Flávio Dino, havia feito elogios à PF pela “investigação séria” que teve como objetivo a “defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo”. O canal de Lula no Telegram postou uma imagem com os dizeres “PF de Lula salva a vida de Moro”.
Diante disso tudo, a Câmara dos Deputados já possui seis pedidos de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de o petista completar cem dias no governo. Como comparação, na mesma época em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha dois pedidos protocolados solicitando a sua retirada do cargo.
Metade dos pedidos contra Lula foi motivada por declarações públicas do petista. O último deles, protocolado na quarta-feira passada, pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), cita a afirmação de Lula de que, quando estava preso, queria “foder” o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). A declaração foi dada na terça-feira, 21, pelo presidente durante entrevista ao site 247. (Por Magno Martins).
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política.