A iniciativa tem como base o modelo de sucesso implementado no estado do Ceará, onde o atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), foi governador. O estado nordestino se tornou uma referência em ensino de leitura e escrita no país, graças a um programa que valoriza a aplicação de provas constantes e premiações em dinheiro para as melhores práticas educacionais.
No entanto, o modelo de premiação tem gerado críticas por parte de educadores mais à esquerda, que argumentam que ele beneficia apenas as escolas com melhor desempenho, deixando de ajudar aquelas que estão em situação mais precária. O governo federal ainda não esclareceu qual tipo de prêmio será oferecido e se ele será em dinheiro ou não. Durante o anúncio do programa, Camilo Santana mencionou que está em construção uma premiação nacional em parceria com a Unesco.
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Dados de avaliações realizadas em 2021 revelaram que 56,4% das crianças de 7 anos no Brasil ainda não estavam alfabetizadas. Além disso, o país obteve baixas colocações no PIRLS, exame internacional que avalia a leitura de crianças do 4º ano. A pandemia agravou ainda mais as lacunas de alfabetização, especialmente entre estudantes mais velhos, com relatos de alunos de 5º e 6º ano (10 e 11 anos de idade) que não possuem pleno domínio da leitura e escrita.
Especialistas consultados destacaram o modelo de colaboração entre União, estados e municípios como um ponto positivo da nova política. No entanto, apontam desafios, como a capacidade de transferir verbas para as ações propostas. Em 2012, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o governo federal lançou um programa inspirado no modelo cearense, porém enfrentou dificuldades na implementação e continuidade das ações, sem obter o mesmo sucesso alcançado pelo estado do Ceará nos anos seguintes.
O ministro da Educação afirmou que o objetivo do programa é garantir que todas as crianças brasileiras sejam alfabetizadas até o final do 2º ano do ensino fundamental. Além disso, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada pretende promover a recuperação das defasagens de aprendizagem dos alunos dos 3º, 4º e 5º anos, além de estimular a oralidade, leitura e escrita na educação infantil, desde a faixa etária de zero a 5 anos.
Com a implementação dessa nova política de alfabetização, o Ministério da Educação busca reverter os baixos índices de alfabetização no país e garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade. Resta acompanhar de perto a execução do programa e avaliar seus resultados para verificar sua eficácia na promoção da alfabetização e no fechamento das lacunas educacionais agravadas pela pandemia.
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Sociedade Online.