O deputado federal Ricardo Salles disse que “o tempo vai dizer” se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sai maior ou menor após o racha com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a aprovação da reforma tributária na quinta-feira (6).
A declaração do deputado foi dada durante o quadro CNN Dois Lados desta sexta-feira (7), com Ricardo Salles e o deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP).
Durante a reunião de dirigentes de direita na sede nacional do PL, em Brasília, Tarcísio defendeu a aprovação da reforma tributária quando foi interrompido por Bolsonaro, que é contra a proposta. Em seguida, o governador de São Paulo chegou a ser vaiado.
“Dentro do espectro da direita ficou uma sensação ruim de que ele preferiu conversar com o Haddad, com os partidos do centrão e com o próprio PT do que dar suporte a uma visão super equilibrada e nada radical da oposição [de adiar a votação da reforma para semana que vem]”, disse Salles à CNN.
Foto: José Cruz/O TEMPO
“Tarcísio não tem o direito de falar em nosso nome”
Em um vídeo da reunião do partido, é possível ver Salles falando que Tarcísio “não tem o direito de falar em nome da direita”.
“Ninguém aqui outorgou ao Tarcísio o direito de falar em nome dos deputados do PL e negociar o que quer que seja. Nós temos os nossos próprios votos. Então, não venha aqui botar a faixa de representante da direita, porque não é. Temos nossos próprios princípios e temos pelo presidente Bolsonaro uma lealdade verdadeira”, afirmou Salles.
O ex-ministro continuou com as críticas: “Nós não queremos e não seremos representados por alguém que vem aqui se dizer de direita e, depois, na hora de governar o estado para o qual foi designado pelo presidente, não governa como alguém de direita. Chega! Acabou essa brincadeira”.
De acordo com relatos feitos à CNN por autoridades presentes no encontro, a reunião foi marcada por um clima de animosidade.
Com posições divergentes sobre a reforma tributária, o ex-presidente Bolsonaro e o governador Tarcísio tiveram, inicialmente, uma conversa particular.
Segundo relatos feitos por aliados de ambos, Bolsonaro defendeu que a proposta da reforma tributária não fosse votada nesta quinta-feira (6), mas o governador ponderou a necessidade de fazer um aceno público com a sua aprovação.
Na sequência, o encontro foi ampliado. Tarcísio defendeu a aprovação da reforma tributária com alterações que podem ser feitas ainda na quinta-feira (6).
Em seu discurso, de acordo com autoridades presentes, Tarcísio foi interrompido uma série de vezes por deputados bolsonaristas. Em um certo momento, Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tiveram de intervir para deixar Tarcísio terminar o raciocínio. (Gustavo Uribe)
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política.