Deputados do PT e do PSol criticaram a ofensiva da Polícia Federal contra Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), parlamentares de oposição que foram indiciados por causa de discursos feitos na tribuna da Câmara contra um delegado da PF. Apesar de discordarem da opinião dos bolsonaristas, Chico Alencar (PSol-RJ) e Nilto Tatto (PT-SP) avaliam que a iniciativa da corporação contraria a prerrogativa de imunidade parlamentar.
“A imunidade parlamentar foi uma conquista da democracia após o período da ditadura militar, que perseguiu deputados e senadores. A abertura de inquérito e o indiciamento de dois deputados agora pela Polícia Federal é até um contrassenso por parte da PF, que tem feito um ótimo trabalho, por exemplo, ao expor a trama golpista”, avaliou o psolista à coluna.
Chico Alencar afirmou que diverge dos deputados que criticaram o delegado Fábio Shor, que atua com Alexandre de Moraes. “Acho que o delegado faz um bom trabalho. Mas daí a Polícia Federal abrir inquérito e indiciar os deputados por conta das opiniões deles? Está errado. É uma demasia. E isso pode atingir qualquer um. Se o delegado se sentiu ofendido, ele tem o direito de processar o parlamentar. E aí o juiz decidirá”, opinou.
O parlamentar narrou um episódio curioso envolvendo um dos alvos da PF: “Outro dia, o Van Hattem disse que eu ‘defendo torturador’ porque sou contra a anistia do 8 de Janeiro. Eu pensei até em processá-lo, porque me senti ofendido. Nunca na vida achei que fosse ouvir algo do tipo. Mas, depois, pensei: ‘ele está exercendo a imunidade parlamentar dele para me criticar’. Então achei melhor rebater, ir para o campo do debate”.
O petista Nilto Tatto concordou com o colega: “Eu compartilho desse mesmo entendimento. Não dá para ter perseguição em cima de discurso, em especial dentro do plenário da Câmara. Então eu compartilho dessa mesma posição. A Polícia Federal não deveria ter feito isso”. (Paulo Capelli/Metrópoles)
Da Redação- Luciano Reis Notícias, via Bahia na Política