Por Luciano Reis, Radialista (DRT-8242/BA), da Redação, sábado, 12 de abril 2025- 9h24, para o Luciano Reis Notícias
Levantamento também coloca a Bahia em 7º lugar no ranking de ocorrências envolvendo atividades laborais
Um levantamento recente concluiu que, em menos de quatro horas, uma pessoa morre vítima de situações ou circunstâncias relacionadas à atividade laboral, no Brasil. O dado é do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), que considera os registros de pessoas contratadas de maneira formal no país. Lideram o ranking de mortalidade os homens jovens de 18 a 24 anos, além de mulheres com faixa etária entre 30 e 34 anos.
Repercutida pelo Superior Tribunal do Trabalho, a taxa se torna um problema alarmante, sobretudo pelo fato de que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com atitudes preventivas simples, como por exemplo a disponibilização e a fiscalização do uso de EPIs, por estes profissionais, conforme sugere a médica do trabalho e especialista em Saúde e Bem-estar, Ana Paula Teixeira.
Ana Paula Teixeira, médica do Trabalho Foto: Arquivo Pessoal
Em vivências como consultora de grandes corporações, a especialista costuma alertar empresários – principalmente aqueles que praticam negócios de maior impacto no que tange a segurança dos trabalhadores -, sobre metodologias de prevenção e segurança. “A prevenção é sempre o melhor remédio, em qualquer situação. E, nada melhor do que promover uma reflexão como essa, neste mês que é marcado pelo Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em 28 de abril. É salutar e urgente o debate sobre este tema, como forma de alertar para os riscos de condutas e práticas de trabalho que não estejam em conformidade com o que a legislação recomenda”, pontua.
“Se muitos estão morrendo, enquanto lemos um texto simples e rápido, imagine quantos estão sendo alvos de incidentes que levam a amputação de membros, problemas cognitivos e, até mesmo, que precisam ser afastados do trabalho ou aposentados de forma precoce, pelo INSS. Isso, sem dúvidas, é reflexo da falta de capacitação adequada, ausência de equipamentos necessários para a prática do ofício e falta de supervisão destas atividades”, afirma.
Como a própria pesquisa mostra, as principais vítimas em termos de mortalidade são os jovens. “Pensem! Muitos deles são inexperientes para determinadas funções e, alguns, morreram em sua primeira e única colocação funcional”, alertou.
Bahia ocupa 7º lugar em ranking de acidentes de trabalho
Apesar do quantitativo de mortes ser preocupante, outra questão chama a atenção de consultores e profissionais da área da Medicina do Trabalho: os acidentes ocupacionais que, apesar de não serem fatais, causam impactos significativos na qualidade de vida dos trabalhadores – dificultando, até mesmo, uma recolocação no mercado de trabalho, devido às limitações adquiridas a partir do acidente em questão.
O próprio estudo já apresenta agravos e segmenta as ocorrências. De acordo com os dados coletados pela plataforma SmartLab, desenvolvida por meio de uma colaboração entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Bahia se encontra em 7º lugar, em relação ao número de acidentes no trabalho, com um total de 17.264 casos. Isto porque os estados com maior concentração industrial e urbana tendem a registrar mais acidentes.
Os profissionais mais afetados são os técnicos de enfermagem, alimentadores de linha de produção e faxineiros. Fratura, corte, laceração, queimaduras e lesões imediatas são alguns dos principais problemas apontados. Além disso, os acidentes costumam lesionar mais membros como dedos, pés, mãos e joelhos – o que impossibilita ou prejudica o retorno imediato às funções, em virtude de uma mobilidade reduzida.
Para ajudar a prevenir situações como essas e reduzir ou descartar o risco da mortalidade devido ao ambiente de trabalho, Ana Paula Teixeira separou alguns pontos de atenção, tanto para o empregador, quanto para o empregado. Confira abaixo:
- Investimentos para evitar situações precárias para o exercício profissional;
- Realização de capacitação ou qualificação continuada para atualização dos colaboradores;
- Presença de práticas que corroborem para um ambiente mais saudável e produtivo;
- Avaliação constante dos gestores com relação ao estado físico e psicológico dos seus subordinados;
- Recorrer a consultores e especialistas na área, que possam viabilizar soluções mais assertivas e com menor potencial de riscos à saúde do trabalhador;
- Deixar de impor metas que, muitas vezes, são inalcançáveis;
- Prover o descanso adequado para recuperação do trabalhador, respeitando as leis trabalhistas.
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Ana Paula Teixeira, médica do Trabalho Foto: Arquivo Pessoal
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